Ensino Superior

ASEC promove diálogo sobre preço da propina internacional

Valores são “inaceitáveis”, na perspetiva dos estudantes. Consciencialização sobre a problemática é vista como essencial. Por Tomás Barros

Vários estudantes de diversas nacionalidades e cursos compuseram um debate organizado pela Assembleia de Solidariedade Estudantil de Coimbra (ASEC). O foco desta discussão, que decorreu na Casa da Lusofonia da Universidade de Coimbra (UC), incidiu na propina dos estudantes internacionais. Foram tecidas várias críticas ao método como a UC instituiu novos valores para alunos internacionais.

Para Dani Martins, a diferença de valores de propina entre estudantes, dá origem a uma divisão ainda maior entre alunos. O aluno de Relações Internacionais na Faculdade de Economia da UC (FEUC), conta que a vitória no que toca à diminuição da propina nacional contrasta com este aumento. “Alguns alunos que já tinham reivindicado uma baixa nas propinas a partir deste momento podem sentir-se um pouco mais relaxados, enquanto outros ainda têm de reivindicar por uma baixa de propinas”, considera.  

São vários os alunos que se sentem injustiçados uma vez que o valor é visto como desajustado, tendo em conta a realidade económica de Portugal. Segundo Jorgette Dumby, prende-se também ao facto de serem “certos grupos que são afetados” e, na sua opinião, “a decisão ganhou força por atingir uma minoria, não gerando, assim, muita contestação”.

Matias Toplaz, estudante de Economia na FEUC, vinca a importância deste tipo de eventos para os estudantes da cidade. “A falta de visibilidade destes assuntos em Coimbra e o facto de não se abordarem temas políticos advêm de um certo tabu ou desconhecimento”, adianta.

Todos os alunos convergem no que diz respeito à necessidade de continuar a fazer chegar a todos esta luta. O futuro reside em “formas mais combativas como manifestações públicas, greves e colaboração com outras organizações de representação dos alunos, reivindicando à UC respostas para estes problemas”, conclui Dani Martins.

Nas palavras de Jorgette Dumby, aluna de Gestão de Empresas no Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Coimbra (ISCAC) e antiga aluna de Medicina na Faculdade de Medicina da UC (FMUC), “a alteração do valor das propinas para alunos internacionais foi feita do nada”. Acrescenta, referindo que o único aviso prévio foi um email enviado para estes mesmos alunos e que a notícia foi recebida com grande espanto.

A alteração referida por Jorgette Dumby verificou-se no ano de 2014, após a aprovação pela Assembleia da República da lei que criou o Estatuto do Estudante Internacional. Até à altura, os estudantes estrangeiros pagavam o mesmo que um nacional. A subida de valor, permitida pela legislação aprovada, não previa um limite máximo, pelo que as instituições de ES tiveram a palavra final.

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