Conversa no Salão Brazil vem aquecer a paixão pela sétima arte. Arranque da 25ª edição do festival inicia-se a 22 de novembro. Por Tomás Barros
Num ‘warm up’ que teve lugar, ontem à noite, no Salão Brazil, o coordenador-geral de programação do Festival Caminhos do Cinema Português, João Rui Pais, e o programador da Seleção Ensaios, António Pita, estiveram à conversa com o público e revelaram o que se pode esperar do Caminhos deste ano. Com o foco principal a residir no cinema desenvolvido em Portugal, o festival abre espaço também para obras internacionais de todos os cantos do globo.
O evento conta com um circuito alternativo de cinema, com filmes difíceis de encontrar fora do âmbito do festival. Esta contrariedade deve-se ao facto de, como refere João Rui Pais, muitas destas obras “não chegarem a ser distribuídas no país” e acabarem por passar despercebidas ao olhar do consumidor português. “As distribuidoras muitas vezes não acham lucrativo passar filmes nacionais em Portugal”, explica o coordenador-geral de programação.
Os responsáveis analisaram cerca de 800 submissões para as “bodas de prata” do festival, contudo, somente 190 foram selecionadas. João Rui Pais e António Pita revelam ainda que não há um público-alvo em concreto. O coordenador-geral de programação garante que, da ficção-científica à temática ‘queer’, “existe um leque de filmes com várias temáticas”, o que abarca um maior público.
Neste sentido, foi organizada uma programação dedicada às várias faixas etárias de modo a se adequar aos gostos de cada uma das mesmas. João Rui Pais acrescenta que a explicação se dá ao facto de “os seniores já estarem acostumados a consumir um formato de comédia específico que foi resultante do Estado Novo”. A programação inclui ainda os mais pequenos e os jovens, tentando cobrir todas as idades.
Com a adição de ‘after parties’, o festival ganha uma dimensão mais jovial e de proximidade, em que os intervenientes podem conviver com os amantes da sétima arte. Outra das novidades passa pela Cerimónia de Abertura, onde pela primeira vez vai ser entregue o Prémio Ethos, que reconhece toda uma vida de dedicação ao cinema, com a galardoada deste ano a ser Isabel Ruth.
No final do ‘warm up’, o Centro de Estudos Cinematográficos da Associação Académica de Coimbra (CEC) ainda deu a conhecer um pouco do curso de cinemalogia desenvolvido pelo Centro de Estudos Cinematográficos, que culmina com a realização de um filme. O ‘making of’ do projeto deste ano, intitulado de “Horizonte Artificial”, foi exibido aos poucos presentes. A noite continuou com a participação do ‘DJ’ Arnaldo Moura, da Rádio Baixa.
É já no próximo dia 22 de novembro que tem início a XXV edição do Festival Caminhos do Cinema Português, organizado pelo CEC. O festival segue até ao dia 30 deste mês.
[Artigo atualizado às 10h11 de 17 de novembro]
