Novo programa da Cruz Vermelha ajuda crianças impactadas pelos fogos de 2017, nos distritos de Coimbra e Leiria. Ensinar a processar emoções é um dos propósitos da equipa. Por Antónia Fortunato e Francisca Soeiro
O Projeto Fénix vem dar apoio à comunidade da Zona Centro, na sequência dos incêndios de 2017. Criado pela Cruz Vermelha Portuguesa (CVP), ganhou, no presente ano letivo, uma nova dimensão com o Programa de Resiliência para Crianças em Contexto Escolar. Esta vertente destaca-se pelo foco nos mais novos através de 15 ‘workshops’ em sala de aula.
O coordenador do Projeto Fénix da Delegação de Coimbra da CVP, Gonçalo Órfão, explica a razão da iniciativa se focar em crianças do primeiro ciclo. Em comunicado de imprensa afirma que, “em cenários de crise e catástrofe, as crianças ficam particularmente em risco e dependentes do cuidado dos adultos”. Da mesma forma, Inês Ribeiro, uma das psicólogas do projeto, salienta que as crianças são “agentes de mudança que influenciam o sistema familiar”.
Um dos principais objetivos, segundo a psicóloga, é ajudar as vítimas a lidar com os sintomas decorrentes da exposição a catástrofes. Outra meta passa por “promover competências para gestão de emoções em situações futuras”, refere o coordenador, em comunicado de imprensa. Na equipa integram dois psicólogos, uma assistente social, um enfermeiro e um médico, que atuam nos concelhos afetados. Para ajudar há também voluntários da Juventude da Cruz Vermelha de Coimbra.
Toda a iniciativa social dá respostas como o “acompanhamento às vítimas diretas dos incêndios e o rastreio de saúde mental comunitária”, enumera Inês Ribeiro. O rastreio é “direcionado a profissionais expostos aos incêndios, como bombeiros e técnicos das câmaras municipais”, descreve. A psicóloga garante que, no próximo ano, vão ser implementados métodos de promoção do suporte social da comunidade e a formação de primeiros socorros psicológicos.
De momento, estão a ser acompanhadas seis turmas de primeiro ciclo dos Agrupamentos de Escolas de Arganil e de Oliveira do Hospital. No próximo ano, está previsto que se juntem Tábua, Figueiró dos Vinhos, Castanheira de Pêra e Pedrógão.
