Ciência & Tecnologia

Investigador do ISR moderniza eletroencefalograma

Tese de mestrado oferece alternativa mais exata e de baixo custo. Aparelho garante maior conforto na realização do exame. Por Carina Costa e Simão Moura

Um dispositivo eletrónico vestível capaz de obter eletroencefalogramas (EEG) foi desenvolvido por Manuel Carneiro, investigador do Instituto de Sistemas e Robótica (ISR), da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra. O exame EEG é utilizado para avaliar a atividade cerebral de um paciente.

O investigador esclarece que a banda têxtil incorpora elétrodos impressos que utilizam uma tinta condutora que permite torná-los flexíveis, o que possibilita uma melhor adaptação à pele. “Proporciona resultados com menos ruído e com mais qualidade do que seria esperado”, acrescenta Manuel Carneiro.

O sistema promete uma utilização simples e mais rápida. O investigador explica que “só é preciso colocá-lo à volta da cabeça, ajustá-lo e ligá-lo”, ao contrário dos métodos atuais da Medicina em que é preciso colocar cada elétrodo no couro cabeludo.

Manuel Carneiro conta que a ideia surgiu pelo interesse que tem na ligação entre a Engenharia e a Medicina. Percebeu que “existiam possibilidades para melhorar esta tecnologia” e avançou com o conceito para a sua tese de mestrado.

Segundo o criador do dispositivo, para além de exames médicos, este permite controlar equipamentos através da atividade cerebral. “Foi testado para operar uma ‘interface’ em máquina que deteta a posição dos olhos de modo a controlar, por exemplo, uma cadeira de rodas”, clarifica.

O investigador garante que o fabrico é bastante simples e possibilita um baixo custo de produção. “A banda têxtil reutilizável tem um custo de cerca de dois euros e a parte eletrónica, também reutilizável, custa entre 150 e 200 euros”.

Com vista à validação clínica, Manuel Carneiro confessa que o sistema ainda está a ser testado de modo a obterem resultados fiáveis regularmente. “Vamos ter de contactar com especialistas para ver as possibilidades que temos”, conclui.

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