Ensino Superior

Fragmentação do espaço da AAC é tema no debate entre candidatos à DG/AAC

Cátia Beato

Discussão resultante de parceria entre Jornal A Cabra e RUC. Gastos do estudante internacional e propina zero são pontos de concordância no debate entre a Lista C e a Lista R. Por Cátia Beato e Beatriz Monteiro Mota

Os candidatos Daniel Azenha da Lista C e Diogo Vale da Lista R sentaram-se à mesa do Auditório do Pólo III para debater o futuro da academia. Através de uma parceria entre o Jornal Universitário de Coimbra – A Cabra e a Rádio Universidade de Coimbra (RUC), decorreu pelas 21 horas de 12 de novembro o debate entre as listas candidatas à Direção-Geral da Associação Académica de Coimbra (DG/AAC). Luís Almeida, membro do Jornal A Cabra, e Tomás Cunha, membro da RUC, moderaram a discussão.

O atual presidente da DG/AAC, Daniel Azenha, volta a candidatar-se pela Lista C – “Académica Contigo”, com o objetivo de melhorar as áreas do desporto, da política, da cultura, da administração da casa e dos núcleos. Nas secções desportivas, o dirigente associativo pretende aproximar o desporto universitário do desporto federal. Na parte administrativa, salientou a vontade de liquidar a dívida e, na cultural, sugeriu a instalação do Museu Académico no edifício-sede. Na visão do dirigente, é importante a inclusão da AAC na cidade, pois «vivemos duas velocidades, a velocidade dos estudantes e a velocidade de quem vive em Coimbra».

Pela Lista R – “Reerguer a Academia”, o candidato Diogo Vale deu ênfase à falta de comunicação entre a DG/AAC e os estudantes. “Os representantes tomam decisões sem consultar a comunidade estudantil”, o que leva o “estudante a olhar para as estruturas da AAC de forma cética, quando as mesmas deviam ser democráticas”, conclui. Perante isto, Daniel Azenha revelou preocupação “com um candidato à DG/AAC que se preocupa mais com o que não se fez do que com o que se conquistou”.

A fragmentação do espaço da AAC entre organismos autónomos, secções culturais e secções desportivas foi outro tema debatido nessa noite. O atual presidente da DG/AAC reconheceu a necessidade de uma remodelação, pois “todos os anos surgem novas secções e a sede carece de espaço”, explicou. Uma das soluções apresentadas por Diogo Vale é a retirada da exploração comercial do piso zero de forma a ceder esta zona às secções. Daniel Azenha esclareceu que esse é o seu desejo, mas “os gastos atuais impossibilitam que seja feita esta mudança”.

Tomás Cunha interrogou o atual dirigente sobre a possível localização do Museu Académico, ao qual respondeu que “é possível levá-lo para o edifício da AAC ou para a antiga Cantina dos Grelhados, caso os Serviços de Ação Social da UC cedam o espaço”. Na opinião do oponente, o museu “pode ser uma adição positiva, mas a prioridade é a academia”.

O atual estado dos jardins da AAC não passou despercebido e criou discordância por parte dos candidatos. Daniel Azenha justifica que esta questão está associada ao contrato que a DG/AAC tem com o bar lá estabelecido. Diogo Vale expressou que “os espaços da academia devem estar ao serviço dos estudantes e ser geridos por eles”. O atual presidente da Direção- Geral diferiu do seu rival e clarificou que os fatores financeiros impedem a gerência dos espaços pelos estudantes.

Os gastos do estudante internacional foram um dos tópicos de discussão e assinalaram concordância entre os candidatos. O candidato da Lista R defendeu que “os estudantes internacionais estão a pagar mais do que realmente custam à universidade” e o candidato da Lista C acrescentou que “o retorno que um estudante internacional dá ao próprio país não deve ser esquecido”. Além disso, ambos os candidatos partilham da opinião que a propina deve ser abolida. “Apenas estudantes unidos podem contribuir para o fim da propina”, confessa Diogo Vale.

O atual presidente foi questionado sobre um possível projeto para melhorar a relação entre as secções da casa e a DG/AAC, em que dá o exemplo da Feira Cultural de Coimbra. O candidato admitiu que “a feira cultural não correu como era esperado” e destaca ainda a importância de “informar os jovens sobre as secções desportivas e culturais”.

Momentos antes do fim do debate foi aberto um espaço para perguntas do público aos candidatos. As questões da dívida interna e externa e da sua liquidação foram as que receberam maior destaque no auditório. Daniel Azenha deu a conhecer que quando chegou à DG/AAC “a dívida externa era maior do que a atual”.

O debate terminou com um discurso de cada um dos candidatos. O representante da Lista C deixou um apelo ao voto e o da Lista R advertiu que “o momento das eleições não termina no dia 14 e 19 de novembro, mas que é um processo contínuo”.

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