Ensino Superior

Eleita Comissão Central da Queima das Fitas 2020

Inês Duarte

Estudante indignado com possível interferência da DG/AAC no escrutínio. Daniel Azenha garante que a DG/AAC nada teve a ver com o processo eleitoral. Por João António Gama, Mafalda Pereira e Juliana Ribeiro

As eleições dos oito comissários que constituem a Comissão Central da Queima das Fitas (CCQF) realizaram-se hoje, na sala Sr. Xico da Associação Académica de Coimbra (AAC). A eleição é organizada pelo Conselho de Veteranos da Universidade de Coimbra (UC) – Magnum Consilium Veteranorum e é composta por oito membros, representantes de cada uma das oito faculdades da UC.

Apesar de ainda não ser capaz de dizer exatamente o nome dos representantes eleitos de cada faculdade, o dux veteranorum, Matias Correia, afirma que o processo ocorreu de “forma pacífica e calma” e, ainda que tenha sido a primeira eleição organizada por ele, “ocorreu tudo com os conformes”.

Matias Correia admite que apenas consegue nomear os vencedores das urnas disputadas por mais do que um candidato. Eram essas a urna da Faculdade de Farmácia da UC, onde ganhou Daniel Campo Largo, e a urna da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC, onde a vencedora foi Anita Amorim.

Questionado sobre os problemas que podem surgir devido a um dos comissários eleitos ser um estudante em mobilidade no estrangeiro, o dux veteranorum esclarece que “podem haver. A partir do momento em que um candidato toma posse, tem que estar presente para exercer suas funções”, algo difícil quando se vive noutro país.

No que diz respeito à regulamentação, o dux veteranorum declara que nesta situação há “uma lacuna no regulamento” e, caso o candidato se torne incapaz de exercer o cargo, “será feita uma segunda volta para procurar um novo candidato”, finaliza.

Para se poder candidatar às eleições, o estudante tem que estar no último ano da licenciatura e possuir as condições requeridas para se licenciar no ano em questão. Em caso de mestrado integrado, pode-se inscrever o aluno que vai terminar o curso no ano seguinte. As mesmas condições são aplicadas para os eleitores, com a adição de ser exigido que cada estudante se apresente de “capa e batina, na praxe e com o grelo na pasta”.

Um estudante, que quis manter a sua identificação anónima, revela que, dentro da Direção-Geral da AAC, havia uma sala onde “as pessoas iam lá em cima para trocar de roupa. Eram-lhes entregues grelos e pastas, depois desciam e votavam”, esclarece.  A situação é “uma vergonha e uma falta de consideração por quem não apoia aquela ou aquelas pessoas que eles [DG/AAC] estão a apoiar”, acrescenta a fonte.

O estudante constata ainda que não foi a única pessoa a reparar no que estava a acontecer. “Penso que quem estava naquele piso se apercebeu de uma afluência fora do normal na parte da DG/AAC” e ainda expôs que o local onde estavam a ser entregues os grelos era “no corredor, na última sala à direita”.

Em resposta a este testemunho, o presidente da DG/AAC, Daniel Azenha, mostra-se surpreendido e considera que “isto é, no fundo, uma não-notícia”. “É completamente falso”, reitera.

Esclarece que uma eleição do comissariado gera sempre alvoroço no edifício da AAC, mas que na DG/AAC não registou atividades fora do normal. “Se houvesse alguma ocorrência eu facilmente veria, porque estive presente durante parte da tarde”, confessa.

Daniel Azenha reforça que a declaração a que o Jornal A Cabra teve acesso não é verdadeira. “Tenho pena que tenham dito isso, mas quero deixar claro que a DG/AAC nada teve a ver com a eleição”.  A existência de favoritismos é também descartada por parte do presidente, que refere que dois ex-elementos da DG/AAC se candidataram a comissários, “mas não tinham eleições disputadas”.

[Artigo atualizado às 18h25 de 29 de outubro]

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