Promover a criatividade artística e o envolvimento dos estudantes nas atividades tradicionais como principais objetivos do evento. Pouca adesão continua a ser um dos problemas. Por Leonor Garrido e Mariana Rosa
Entre risos, palmas e melodias, a Cantina dos Grelhados foi o palco de mais uma edição da Récita das Faculdades. O evento contou com a participação da Quantunna – Tuna da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) e João Mendes, estudante de Gestão na Faculdade de Economia da UC (FEUC). Para além dos concorrentes, o público foi entretido pela atuação da Desconcertuna – Tuna Mista da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da UC, da Estudantina Universitária de Coimbra e dos Random Blackouts.
A Récita das Faculdades é um espetáculo aberto à participação de todos os estudantes e pretende “promover a criatividade artística e encorajar os discentes a realizarem representações com críticas satíricas a Coimbra e aos costumes académicos”, refere a comissária da Tradição da Queima das Fitas (QF), Bárbara Pereira.
Incorporado no programa cultural da QF, o evento tem vindo a perder adesão ao longo dos anos. “Os estudantes dão cada vez menos importância àquilo que são os eventos tradicionais da QF”, declara a comissária. O principal objetivo é mostrar aos estudantes que a Queima das Fitas começa em março e acaba em junho, visto que engloba outras atividades para além das Noites do Parque.
O apresentador Ricardo Maria, vencedor da última edição, contribuiu para um clima descontraído com apontamentos de humor. Segundo o apresentador, a Récita das Faculdades “é uma atividade um pouco querida, com alguma tradição e história na universidade”. Acrescenta que “é um gosto fazer parte deste evento e sentir o carinho da academia”.
Pedro Andrade, membro da Estudantina Universitária de Coimbra, reforça a importância da tradição: “É uma honra participar num dos eventos mais antigos da QF”. O convite para participar teve como objetivo chamar mais estudantes, “para que a Récita volte aos seus tempos áureos”, explica.
O vencedor do concurso foi a Quantunna. Para João Brás, membro da tuna, esta vitória “reforça o reconhecimento pelo esforço” e dá ainda a oportunidade de participar no Sarau, que é mais uma tradição Coimbrã. O grupo académico fez a adaptação de uma música da antiga Tuna Camoniana em que criticaram a atual polémica dos laços familiares nos partidos e no Governo. Segundo Tiago Custódio, outro membro da Quantunna, foi um momento em que se esforçaram para ser “mais irreverentes e ter ideias fora da caixa”.
Fotografias por Leonor Garrido e Mariana Rosa
