Brasileira de 31 anos desapareceu em Condeixa-a-Nova há quatro meses. Ato em Coimbra visa “pressionar as autoridades” para que o caso seja investigado. Por Nino Cirenza e Gabriella Kagueyama
O ato “Onde está Rosy?”, organizado pela Assembleia Feminista de Coimbra e pelo coletivo Vozes no Mundo, aconteceu ontem na Praça 8 de Maio, na baixa da cidade. A manifestação teve como objetivo pressionar as autoridades portuguesas por respostas sobre o desaparecimento de Rosiney Trindade de Oliveira, que estava a viver e trabalhar num restaurante em Condeixa-a-Nova.
Rosy, como era conhecida pelos amigos e família, chegou a Portugal em outubro de 2018. De acordo com um artigo publicado pelo Diário de Notícias, a brasileira de 31 anos desembarcou em Lisboa. Logo encontrou uma proposta ‘online’ de emprego em Condeixa-a-Nova, para trabalhar e viver no Restaurante Restinova. As informações publicadas nos meios de comunicação social revelam que Rosy desapareceu no dia 14 de novembro, mesmo dia que estabeleceu o último contacto com amigos e familiares.
Luiza Saab, membro do coletivo Vozes no Mundo, destaca o facto de Rosiney ser “uma trabalhadora de uma classe simples no Brasil, que vem em busca de oportunidades” e da sua família estar “desamparada no sentido da ação jurídica”. A ativista define o caso como “uma pauta completa, que merece atenção e manifestação”. Outra manifestante, Lígia Bugelli, reforça a necessidade de “não deixar o caso virar estatística” e relembra a seriedade do ocorrido. “A Rosy poderia ser qualquer uma de nós”, afirma.

O ato, que mobilizou maioritariamente a comunidade brasileira em Coimbra, manifesta indignação pela falta de respostas sobre a investigação. Luiza Saab reitera que é essencial “pressionar as autoridades para que o caso seja realmente bem investigado”. A mesma lamenta a falta de informações divulgadas pela Polícia Judiciária (PJ) de Coimbra, que está responsável pelo caso. A ativista tentou estabelecer contacto com a PJ diversas vezes, mas sem sucesso.
Mesmo sem nenhuma informação nos meios de comunicação social desde fevereiro, Rosy não foi esquecida pelos que estavam presentes no ato. “As coisas não podem ficar como estão”, afirma Lígia Bugelli. A mesma faz um apelo para que a força policial “vá até Condeixa, procure o seu chefe e as pessoas que trabalhavam com ela”.
O Jornal A Cabra tentou entrar em contacto com José Correia, dono do Restaurante Restinova, porem não obteve resposta. Em nota, a PJ de Coimbra diz que “continua a desenvolver diligências investigatórias com vista a esclarecer o desaparecimento da cidadã brasileira em causa”.
Fotografias por Nino Cirenza
