Cultura

“Galeria V” estreia-se com exposição na Rádio Baixa

Fotografia gentilmente cedida pela Rádio Baixa

Exposição procura romper fronteiras entre arte plástica e sonora. Objetivo da artista passa por promover a reflexão. Por Maria Luísa Calado

A “Galeria V” acolheu, esta quarta-feira, na Baixa de Coimbra, a sua primeira exposição. No espaço da Rádio Baixa, o trabalho da artista plástica Aglaíze Damasceno assinalou o encontro entre estas duas realidades. “Rádio Escuta” é o nome do evento que promete unir o som e o desenho.

A ideia da galeria surgiu após uma conversa entre os membros da rádio, que foram confrontados com essa proposta pela própria artista. O objetivo era criar algo que “envolvesse o espaço e que, ao mesmo tempo, retratasse a história da rádio”, afirmou Ricardina Oliveira, uma das responsáveis da galeria.

O estúdio de rádio celebra este mês o seu primeiro ano de existência. Este projeto cultural nasceu de uma vontade de “exprimir livremente as perspetivas musicais”, explica Fábio Nóbrega, colaborador e produtor da Rádio Baixa.  Em relação ao balanço que faz deste ano, acredita que conseguiram estabelecer um espaço que “consegue sobreviver como sítio para a expressão”.

Para estrear a abertura da galeria, a artista que escolheram “fazia todo o sentido dado que ela também celebra um ano aqui em Portugal”. Assim, conseguiram juntar duas experiências diferentes mas que ao mesmo tempo também se interligam. “Enquanto se esteve a desenvolver o espaço, ela esteve a desenvolver o seu  trabalho”, refere o produtor.

Aglaíze Damasceno expõe a sua arte no local que considera que ao longo do ano foi a sua residência artística. “Oportunidade” é a palavra que usa para descrever o significado que a rádio tem para si. “É uma oportunidade de encontro e de troca, uma oportunidade de ouvir”, confessa.

O seu principal objetivo é causar “estranhamento e questionamento” por parte das pessoas. Reforça ainda que o mais importante é “construir outras maneiras de pensar” e, para isso, apresenta os seus trabalhos como “disparos subtis que promovem a reflexão”. As obras que estão presentes na exposição vão desde registos fotográficos e desenhos gráficos até à captação de som do percurso que realiza desde sua casa ao estúdio.

A galeria pretende expor projetos que estejam relacionados com o som e a sua expressão artística. Contudo não colocam de parte outras propostas, um dos responsáveis pelo projeto, Rui Barros, declara que o essencial é “aproveitar qualquer tipo de representação de arte, falando de som ou não vamos arranjar um conceito que encaixa neste espaço de forma a construir a sua própria narrativa”, conclui.

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