Manifestantes feministas reivindicam direitos. Concentração na Praça da República marcada por cânticos de revolta. Por André Crujo e Diana Ramos
Berros, batucadas e bandeiras assinalaram a manifestação feminista que partiu da Praça da República. Organizado pela Rede 8 de Março, no protesto também se fizeram ouvir a União de Mulheres Alternativas e Resposta (UMAR) e a Amnistia Internacional de Coimbra. Realizado no Dia Internacional da Mulher, os versos relembram a importância de combater a desigualdade todo o ano.
Esta foi apenas uma das manifestações que percorreram o território nacional. Sobre o mote de serem solidárias com as mulheres de todo o mundo faziam ressoar – “A violência contra a mulher não é o mundo que a gente quer”. Motivadas pelos 12 casos mortais de violência doméstica até à data, reivindicam o seu descontentamento face à onda de injustiça sofrida.
O dia escolhido para a manifestação tem, para os participantes, um valor simbólico – “sempre serviu para valorizar as mulheres e as suas conquistas”, assevera Julieta Azevedo, colaboradora do Grupo Amnistia Internacional de Coimbra (GAIC). “Os protestos não devem ser apenas neste dia, porque as mulheres não sofrem só num dia”, sustenta Luiza Melo, estudante de Relações Internacionais.
De modo a provocar uma alteração, Julieta Azevedo refere a importância da “mudança cultural” a ocorrer. Esta iria traduzir-se numa valorização do papel da mulher na sociedade. Enquanto membro do GAIC reitera que “a sua missão é defender os direitos humanos, com ênfase nos grupos mais fragilizados”.
Algumas razões são mais próximas das manifestantes. Para Tayssa Larrubia, estudante de Jornalismo e Comunicação, “estar na paragem de autocarros sem receber comentários desagradáveis é essencial”. Situação passada pela aluna no próprio dia.
“As reivindicações são pessoais, mas são também pelas mulheres que não podem lutar e que sofrem com isso”, afirma Alba Bernardez, aluna de Psicologia.
Fotografias por André Crujo e Diana Ramos
