FCTUC elabora sistemas capazes de reduzir o impacto do fogo em infraestruturas. Garantir a segurança das populações e facilitar o trabalho dos agentes de combate ao fogo como principais objetivos. Por Sofia Gonçalves e Inês Casal Ribeiro
Num projeto desenvolvido pela Associação para o Desenvolvimento da Aerodinâmica Industrial e pelo Instituto de Sistemas e Robótica da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), surge o Fire Protect – Sistemas de Proteção de Pessoas e Elementos Críticos Expostos ao Fogo. A ideia teve inícios em 2017 de forma a“desenvolver sistemas que ajudem a proteger a vida das pessoas”, de acordo com Xavier Viegas, coordenador e professor catedrático da FCTUC.
Os investigadores criaram três mecanismos que visam “uma atuação com caráter automático”, sustenta o coordenador. Primeiramente foi criada uma tela de proteção de pessoas em viaturas. É um “objeto refletor e resistente ao fogo”, que funciona quando envolvido numa cabine, explica. Em caso de incêndio, “evita que os veículos, como os autotanques, sejam atingido por um fluxo de calor”, acrescenta.
A segunda solução apresentada passa por uma cerca metálica, constituída por “uma conduta que transporta aspersores de água”. Xavier Viegas reitera que, “com recurso a uma pequena quantidade de água, a vegetação é molhada e consegue proteger um perímetro de algumas centenas de metros”, de forma a reduzir a intensidade do fogo.
Por último, foi também desenvolvido um sistema de aspersão, dedicado a proteger domicílios. É instalado no próprio edifício para que, ao aproximar-se um incêndio, a água possa atingir o telhado e as paredes. Além disso, o coordenador do Fire Protect realça a intenção em “proteger equipamentos localizados”, como é o caso das antenas de telecomunicações e rádio que se encontram no meio das florestas.
Embora ainda não se encontre disponível no mercado, a iniciativa já se encontra em fase de comercialização. “Para já, foram disponibilizadas as soluções a agentes, como por exemplo, a proteção civil”, conta o coordenador. Relembrou ainda os estragos causados pelos incêndios no verão do 2017 e salienta que teriam sido “evitados alguns dos problemas”, caso o Fire Protect já estivesse presente no mercado.
Este projeto contou com um investimento de 700 mil euros, financiados pelo programa Mais Centro da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro.
