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Dia Internacional da Mulher invade Coimbra com celebrações

Isabel Simões

Mulheres homenageadas durante toda a semana na cidade. Apesar dos direitos já adquiridos, “ainda há muito a fazer”. Por Júlia Fernandes e Frederico Magueta

Amanhã, dia 8 de março, celebra-se o Dia Internacional da Mulher. Um pouco por todo o mundo, comemora-se esta data e Coimbra não é exceção. A cidade está a receber, desde o início da semana, iniciativas que visam homenagear e instruir todas as mulheres. Desde palestras, exposições, tertúlias e até concertos, o acesso é livre para a maior parte das iniciativas.

Semana de palestras e atividades da SDDH/AAC

As celebrações do dia de amanhã começam por volta das 12h30 com uma aula aberta de autodefesa, organizada pela Secção de Defesa dos Direitos Humanos da Associação Académica de Coimbra (SDDH/AAC). Gil Cancela, vice presidente da SDDH/AAC, explica que a adesão às iniciativas tem sido “razoável, apesar de se esperar sempre mais pessoas”.

Sobre a organização das atividades, o responsável esclarece que, em vez de resumir a celebração a um dia apenas, optaram por celebrar ao longo de uma semana. Desta forma, “se a pessoa não puder aparecer num dia, tem sempre os outros dias em que pode participar”, justifica Gil Cancela. A programação contou com conversas sobre relacionamentos abusivos e saúde sexual e reprodutiva, entre outros temas.

IPO homenageia pacientes com doença oncológica

O Instituto Português de Oncologia (IPO) de Coimbra organiza, todos os anos, um evento destinado à celebração da mulher. Este ano a iniciativa tem início as 14h15 e tem como objetivo homenagear principalmente as pacientes oncológicas.

A tarde vai contar com dois concertos, dos Anaquim e de Telmo, além de um grupo musical surpresa e um ilusionista. Além disso, estarão presentes Elisabeth Reis, doutora que trabalha como ‘coach’, e Dora Loureiro, que vai entrevistar uma cuidadora e uma paciente com doença oncológica. Dulce Carvalho, enfermeira chefe do serviço de cirurgia, afirma que “as doentes oncológicas merecem ser homenageadas, porque passam por um processo de transformação em que a sua determinação e força são muito importantes”.

“Cancro no Feminino” abordado no Santa Cruz

Às 16h30, no Café Santa Cruz, vai iniciar-se uma tertúlia sob o mote “Cancro no Feminino”, organizada pela Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC). Eduarda Ganho, membro da direção da LPCC, afirma que “é sempre importante falar do cancro”, mais ainda porque a mulher “é cuidadora, mãe, filha, e às vezes esquece-se que também é doente”. A moderadora da tertúlia alerta para o facto de não se falar, apenas, do cancro da mama e explica que vão ser abordados outros tipos, como o cancro colorretal e o cancro do pulmão, que são, de forma respetiva, o segundo e terceiro a afetar as mulheres.

Da Praça da República à 8 de maio

Com o lema “se as mulheres param, o mundo para”, vai decorrer, a partir das 17h30, uma manifestação na Praça da República. O protesto destina-se, acima de tudo, a mulheres que não queiram ou não possam fazer greve durante todo o dia. À frente da organização do evento, está a “Rede 8 de março”, um grupo feminista de luta e reivindicação pelos direitos das mulheres.

Raquel Sampaio, membro da organização da manifestação em Coimbra, explica que este tipo de iniciativas é importante porque é “uma forma de demonstrar na rua que as mulheres estão unidas”. Depois da concentração na Praça da República, por volta das 18 horas, vai decorrer uma marcha em direção à Praça 8 de maio, acrescenta.

Noite dedicada às mulheres no Liquidâmbar

O café Liquidâmbar preparou uma noite de celebração das mulheres. O dono do espaço e organizador da sessão, Jorge Gouveia Monteiro, acredita que “já foi feito um caminho importante no que diz respeito aos direitos das mulheres, mas há muita coisa que ainda tem de ser feita”, daí a importância do evento.

A partir das 21h30, a iniciativa vai ter uma exposição de esculturas de pedra, assinadas pelo artista José Plácido. Em conjunto, vai decorrer um momento de declamação dos livros “Cartas Portuguesas” e “Novas Cartas Portuguesas”, obras dos séculos XVII e XX escritas por mulheres. Para terminar a noite, um concerto com a banda de Nuno Marinho, guitarrista de ‘jazz’, ‘blues’ e bossa nova.

60 anos de Simone de Oliveira por todas as mulheres

Às 21h30 inicia-se um concerto de Simone de Oliveira no Convento São Francisco. O espetáculo está integrado no ciclo “M.ponto”, que trata de homenagear artistas femininas que marcaram a cultura portuguesa. Além da atuação servir para celebrar o Dia Internacional das Mulheres, vai também comemorar os 60 anos de carreira da cantora.

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