Ensino Superior

Daniel Azenha: “Não queremos só apontar os problemas, mas fazer parte das soluções”

Imagem gentilmente cedida pela DG/AAC

Ao princípio da tarde desta terça-feira, a Direção-Geral da Associação Académica de Coimbra (DG/AAC) promoveu a iniciativa “Querido, Muda a UC” na cantina amarela. Segundo o seu presidente, Daniel Azenha, a campanha, no âmbito do dia do estudante, pretende alertar para os problemas internos da academia. Por Maria Monteiro e Maria Salvador

Como surgiu a ideia para a iniciativa “Querido, Muda a UC”?
A DG/AAC todos os anos tem um movimento político. Obviamente que este ano temos vários contextos: eleições legislativas, eleições europeias e a mudança da Reitoria.  Nós temos de consertar tudo isto numa política da Associação Académica de Coimbra. Neste momento, e foi uma opção nossa de ser no dia do estudante, direcionamo-nos a questões internas e questões do dia-a-dia. É uma preocupação nossa, é algo que falámos durante a campanha e obviamente é uma preocupação da AAC. Ainda não sabemos onde a campanha vai parar, pelo menos está a ter proporções que não estávamos à espera e tem sido muito bem aceite. Temos dois grandes problemas: a cantina e as residências, e é algo em que estamos focados em mudar. Quinta-feira teremos outra iniciativa. Todos os dias temos um pequeno momento.

Quais são proporções e efeitos que resultam da campanha?
Temos tido um excelente ‘feedback’ por parte dos nossos estudantes. O momento em que saímos da cantina azul com a refeição social e fomos até à cantina amarela, onde colocamos uma placa em tom de brincadeira houve muitas pessoas a perguntar e a tirar fotos. A interação foi positiva.

Em que consistiu a ação?
O que nós queremos é pressionar a Reitoria. Nós queremos que a cantina amarela possa ter refeição social. A cantina esteve fechada durante muitos anos e quando nós percebemos que a cantina não vai ao encontro das necessidades do estudante e oferece uma refeição pouco saudável. A ação de hoje foi meramente simbólica. Tudo correu dentro da normalidade, não houve qualquer problema com os funcionários.

A manifestação teve muita adesão?
Correu muito bem, os estudantes tiveram muita interação connosco, tiraram fotografias e ficaram atentos. Há muito que a AAC não tinha este tipo de prática.

Qual a importância das cantinas amarelas terem prato social?
Muitos estudantes residem na zona das cantinas e a verdade é que temos estudantes que abdicam de almoçar e jantar lá pelo facto de não terem tempo para esperar na fila. A divisão da refeição social na cantina azul e amarela era uma logística melhor para os estudantes.

Pretendem estender a iniciativa a outros problemas do mesmo género?
Sim, claro. A Direção-Geral está satisfeita nesse sentido. Agora vamos aproveitar este movimento para iniciativas futuras. Se este for um nome vinculado a este mandato, podemos utiliza-lo para as questões do ensino superior, para a luta contra a propina, pelo aumento da ação social e a questão do RJIES. Estamos à espera dos movimentos do Governo e das iniciativas políticas, que se vão iniciar nos próximos meses com as eleições legislativas e europeias para perceber o que podemos fazer.

Porque é que começaram as iniciativas com as cantinas amarelas?
Por uma questão de oportunidade. A mudança da Reitoria é um excelente oportunidade. Não me lembro de uma DG/AAC que se tenha focado tanto nas questões internas. Contudo, vamos ter espaço para nos focarmos nas questões externas. No fundo é uma calendarização política de prioridades.

Que reação esperam por parte da Reitoria?
Esperamos a aceitação dos nossos pedidos. Acho que vão haver resultados práticos. Sabemos que as cantinas amarelas ainda estão por acabar a nível físico, ainda há obras para fazer. Vamos começar a trabalhar com a Câmara Municipal de Coimbra e com a Universidade de Coimbra para identificar edifícios que podem ser residências. Em relação às cantinas temos vários pedidos mas neste momento o nosso foco é a cantina amarela. Nós não queremos só apontar os problemas, mas fazer parte das soluções.

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