Sérgio Rodrigues apresenta Química Verde como contributo ambiental. Professor desconstrói temas no combate às alterações climáticas. Por André Crujo
“Recusar, reparar e reinventar” são algumas das medidas alternativas sugeridas por Sérgio Rodrigues, professor de Química da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (UC). Este explicou hoje pelas 16 horas no Museu da Ciência da UC que esta visão está em linha com a da “Química Verde”, disciplina focada em eliminar o uso de substâncias perigosas. A palestra do professor vem no seguimento do projeto “Oceanfall” – uma instalação artística inaugurada no dia 1 de março com o propósito de alertar para a poluição nos oceanos.
O aumento da produção de carbono é o principal responsável na transgressão da linha de sustentabilidade, explica o professor. Em comparação com este poluente, outros consumos cresceram de forma previsível. O ramo ambiental da química visa alterar esta realidade através do fabrico de materiais cuja produção tenha um menor gasto energético e impacto ambiental. Desta forma, “reinventar” é a base de toda a doutrina que envolve a química verde. “Recusar e reparar” são também passos importantes e praticáveis a uma menor escala. Sérgio Rodrigues explica que parte de cada pessoa recusar o uso de plástico desnecessário e estender a vida útil dos objetos.
De forma otimista, o professor de Química aborda alguns assuntos problematizados na discussão ambiental. Este explica que o número apresentado para a quantidade de plástico nos oceanos assusta as pessoas, mas em termos percentuais apenas representa uma pequena parte dos que são aglomerados. A utilização de plásticos como combustível é preferível à sua acumulação em aterros sanitários. Mais vale que o petróleo seja um plástico antes de ser queimado – critica assim o uso principal do recurso como combustível.
As grandes marcas têm-se virado para a batalha ambiental, até porque se não o fizerem são perseguidas “até mais não”, diz o professor. Este não considera que as “as boas empresas” estejam a oferecer resistência à mudança no mercado face às preocupações climáticas. Apesar do seu otimismo, revela que o “extremismo” é importante pela pressão que faz na modificação das empresas e por levantar problemas que acabam por ser discutidos. Por fim, afirma que é importante recorrer a matérias-primas de fontes renováveis como uma alternativa mais segura para o ambiente.
