Fotografias antigas do Convento vão ser bordadas pela comunidade, numa iniciativa com a CMC e a Mistaker Maker. “Aproximar a população de Coimbra da fábrica de lanifícios de Santa Clara” é o principal objetivo. Por Paulo Cardoso
Antes de ser uma sala de espetáculos, o Convento São Francisco foi, entre outras coisas, uma fábrica têxtil que esteve a operar durante quase um século. De maneira a homenagear a sua história, o espaço acolhe, entre 30 de março e 12 de maio, uma exposição de bordado sobre o passado da instituição. Esta iniciativa é a segunda fase do projeto FIO – Memórias como Matéria-Prima, que teve início em 2016 em Coimbra. O objetivo do FIO é “explorar a relação que existe entre a cidade e o edifício histórico”, explica a coordenadora do projeto, Lara Seixo Rodrigues.
A atividade é promovida pelo Convento São Francisco, pela Câmara Municipal de Coimbra (CMC) e pela Mistaker Maker – Plataforma de Intervenção Artística. Em parceria com estas entidades, os ‘workshops’ dedicados à construção da exposição vão decorrer de forma descentralizada, em diferentes estabelecimentos da cidade. O Café Santa Cruz e o Ateneu de Coimbra são os sítios escolhidos e estão “preparados para acolher os participantes e aproximarem as pessoas da atividade”, segundo a coordenadora.
As fotografias selecionadas para compor a exposição “chegaram através de várias fontes”, afirma Lara Seixo Rodrigues. Na edição de 2016, foram bordados os rostos de antigos trabalhadores e proprietários da fábrica. Nesta edição, a exposição incide sobre as “histórias e memórias das pessoas”. Após as várias fases de desenvolvimento, a exposição no Convento vai contar com dez fotografias antigas bordadas a cores. Com as oficinas dirigidas a todas as faixas etárias, Lara Seixo Rodrigues espera que, ao longo do processo artístico, a comunidade participe para “aprender a bordar, conversar e até revelar novas fotografias da fábrica”.
A finalidade do projeto é “aproximar a população de Coimbra da fábrica de lanifícios de Santa Clara”, refere a coordenadora, ao lembrar que a edição de 2016 “teve inúmero sucesso ao envolver muitas pessoas”. Há três anos, os ‘workshops’ e o mural que a comunidade pintou na Praça do Comércio contou com a participação de “pessoas que cooperaram na fábrica, com elementos da família do fundador e até com antigos trabalhadores”, reforça.


Fotografias gentilmente cedidas por Lara Seixo Rodrigues
