‘Startup’ presente em 15 países aposta em Coimbra como novo foco de investimento. Diretor de expansão garante meio de transporte alternativo “ecológico, divertido e prático” por 15 cêntimos ao minuto. Por Nino Cirenza e Gabriel Rezende
O relevo acidentado da cidade dos estudantes não é empecilho para a Lime, ‘startup’ estadunidense que inaugura o serviço de aluguer de trotinetas elétricas a 1 de março. O serviço de aluguer de ‘scooters’ encontra-se em operação em Lisboa desde 2018, sendo Coimbra a segunda cidade portuguesa a recebê-lo.
Segundo o diretor de expansão da Lime em Portugal, Nuno Inácio, o funcionamento do serviço decorre em três etapas. A primeira é encontrar, na aplicação, a trotineta mais próxima. Após, faz-se a leitura de um QR Code que desbloqueia a ‘scooter’ e permite ao usuário meter-se à estrada. Por último, o utilizador deve parqueá-la, ao chegar ao destino.
O parqueamento do veículo não é restrito a sítios específicos, mas, segundo Nuno Inácio, deve ser “responsável”: sem bloquear passadeiras, garagens e estradas. Para se garantir o bom estacionamento, a aplicação obriga a que o usuário fotografe a ‘scooter’ e a submeta. O custo de utilização é de 15 cêntimos por minuto de viagem, havendo uma taxa de desbloqueio de um euro.
Nuno Inácio explica que a escolha de Coimbra como novo polo de funcionamento do serviço em Portugal se deve ao facto de os estudantes serem um dos públicos-alvo da ‘startup’. Este aponta ainda o facto de a cidade “atrair pessoas de outras localidades pelos serviços e instituições de ensino” e de pensar em soluções de mobilidade sustentável. “Coimbra tem uma forte vontade de melhorar a estratégia de transportes e mostrou abertura para a oferta de trotinetas elétricas”, afirma o diretor de expansão. Para Nuno Inácio, a oferta do veículo vai “ajudar a diminuir os problemas de tráfego que existem na cidade”. Acrescenta que este é um meio de transporte “ecológico, divertido e prático”.
Nuno Inácio afirma que a empresa pretende investir em mais cidades portuguesas, mas que as atenções no momento estão viradas para Lisboa e Coimbra. O diretor de expansão da Lime salienta que a cidade dos estudantes vai contar com 70 ‘hotspots’ para onde a equipa vai redirecionar, todas as manhãs, as trotinetas elétricas.
Uma questão de segurança
“A segurança é um fator primordial para a Lime”, garante Nuno Inácio, que explica que há iniciativas, como a ‘Respect the Ride’, e tutoriais para educar os utilizadores sobre boas práticas de segurança. “Em Lisboa houve mais de duas mil pessoas a firmar o compromisso e entregou-se mais de dois mil capacetes”, acrescenta o mesmo. Nuno Inácio explica que há ainda a possibilidade de reportar, na aplicação, “o mau uso do estacionamento”.
Apesar da garantia de segurança, a Lime, empresa com sede na Califórnia e financiada pela Google e pela Uber, tem sofrido represálias quanto à segurança do seu produto. A cidade de Auckland, Nova Zelândia, baniu na última semana a utilização do serviço por tempo indeterminado. O motivo deve-se a acidentes em que a trava da roda dianteira era bloqueada enquanto o usuário estava a circular.
