Jogador da Secção de Rugby da AAC integrou a equipa da Seleção Nacional de Sub-20. António Cunha sente-se apoiado pela comunidade académica. Por Paulo Cardoso e Inês Casal Ribeiro
António Cunha, jogador da Secção de Rugby da Associação Académica de Coimbra (SR/AAC) é natural da cidade do Satão, em Viseu, e tem 19 anos. O seu percurso desportivo iniciou-se aos sete anos na AAC, onde completou todos os escalões de formação. Estuda Engenharia Mecânica na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) e estreou-se na equipa da seleção nacional sub-20 no jogo com o Canadá.
O atleta considera que o jogo contra o Canadá “não foi fácil”. António Cunha esperava que os adversários estivessem “fisicamente mais bem preparados”, o que permitiu aumentar a qualidade do jogo. Em relação à convocatória, o presidente da SR/AAC, Paulo Picão, assume-a como “um mérito do jogador, porque é fruto do trabalho que tem sido desenvolvido ao longo dos anos”.
Paulo Picão enfatiza que é “um orgulho enorme ter ajudado o atleta a concretizar o sonho de representar o país”. Por sua vez, António Cunha afirma estar feliz por defender as cores de Portugal. “É bom estarmos entre os escolhidos e que valorizem o nosso trabalho”, acrescenta o jogador. O atleta da Secção de Rugby da AAC participou, há dois anos, no Campeonato Europeu Sub-18, no qual enfrentou a França, os Estados Unidos da América e o Japão.
Segundo o atleta, a seleção nacional de sub-20 tem realizado um bom trabalho para demonstrar o seu valor e sente que é “combativa e tem muita raça dentro de campo”. Destaca que são bem recebidos no estrangeiro, ainda que sejam considerados “uma seleção com uma estrutura física inferior e desvalorizada por alguns”.
António Cunha revela que a sua relação com o técnico da SR/AAC é boa e reconhece que ele “tem trazido profissionalismo à Académica, estando a prova na conquista da Taça de Portugal na época passada”. O atleta lamenta que “a modalidade não receba a devida atenção”. Paulo Picão suporta esta ideia ao afirmar que a “academia não está preparada para apoiar os atletas porque não se aplica um apoio indiferenciado, como acontece noutros países”.
“Conciliar os estudos com o desporto é mais complicado”, assume António Cunha. O atleta admite que é preciso fazer escolhas e organizar o seu tempo de forma a estar com os amigos, ir ao ginásio, estudar e praticar a sua modalidade. Para o presidente da SR/AAC, o seu desempenho é “encarado como um exemplo para os atletas que frequentam as escolinhas e para Coimbra, ao provar que podem ser os melhores de Portugal”.
António Cunha revelou que se sente apoiado pela comunidade académica, mas assume a responsabilidade de representar Portugal. “Ao representar a nação esperam sempre um pouco mais de nós”, conclui.
