Cultura

Orquestra Clássica do Centro ultrapassa fronteiras pela Morna

Fotografia gentilmente cedida pela OCC

Dia Nacional da Morna assinalado pela primeira vez. Evento promove a música como a ponte entre culturas. Por Sofia Gonçalves e Maria Monteiro

A Orquestra Clássica do Centro (OCC) começou esta segunda-feira uma digressão em Cabo Verde, realizada no âmbito da primeira comemoração do Dia Nacional da Morna, género musical tradicional cabo-verdiano. Em parceria com o Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas de Cabo Verde, a digressão vai contar com ‘workshops’, concertos com os músicos locais e ainda com a apresentação do livro “A Orquestra na Baleia”.

Segundo a presidente da Direção da OCC, Emília Martins, os artistas são escolhidos “em colaboração com as instituições e responsáveis artísticos locais”. Para além disso, realça a conciliação de temas de fado e tango com “arranjos que foram feitos para o ‘ensemble’ de cordas” nos concertos que se vão realizar.

Ao longo da semana vai ser apresentado o livro “ A Orquestra na Baleia”, lançado pela OCC em Coimbra, que conta a história de uma orquestra em viagem a Cabo Verde, numa espécie de epopeia marítima. Aos olhos de Emília Martins, esta deslocação serve para provar que “o mar não se trata de uma fronteira, mas sim de um meio onde se chega e cria pontos” de forma a tornar próximo aquilo que “parece tão longe”.

A excursão tem também como propósito dar continuidade a projetos pedagógicos em parceria com Cabo Verde, como o protocolo com o Centro de Estudos da Morna. Apesar de existir há alguns anos, no ponto de vista da presidente, o protocolo tem como objetivo “a divulgação da Morna, que é património da UNESCO”. Para a presidente, “ter a proximidade com outra realidade, outras pessoas e outras instituições” é o principal foco da OCC de ano para ano.

Esta iniciativa, que surge no contexto de conjugar a música e os músicos fora de portas, visa atingir uma maior visibilidade da OCC não só a nível nacional, como também internacional. Assim   a música torna-se “um instrumento privilegiado para unir povos e culturas e com isto transformar o mundo numa aldeia global”, conclui Emília Martins.

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