Universidade sénior acredita na articulação entre as diferentes áreas do saber. Fotografia conecta a ciência, história e cultura. Por Maria Luísa Calado e Inês Casal Ribeiro
A Universidade do Tempo Livre (UTL) da Associação Nacional de Apoio ao Idoso (ANAI) organizou esta terça-feira um colóquio, no âmbito do ciclo de conferências “Ciência é Cultura”, denominado “Fotografia, História e Memória”. Este consistiu na abordagem da fotografia como uma temática relacionada com a ciência, “na perspetiva de que a imagem nasceu através da física e da química”, esclarece Helena Caldeira, membro da direção da ANAI.
“A relação da fotografia com a memória, o conhecimento, a cultura e a ciência” foi o tema abordado durante a conferência, explica o orador e professor, Alexandre Ramires. O mesmo abordou as grandes transformações da história da fotografia e as respetivas técnicas utilizadas na cidade de Coimbra.
Segundo Alexandre Ramires, “é possível retirar informação que seja rigorosa em termos históricos a partir do reconhecimento das características técnicas e físicas das fotos”. O desafio é “cruzá-las com a história nacional e mundial”, afirma. As imagens antigas “são fontes documentais incontornáveis que quando validadas em termos de autenticidade, podem questionar todas as outras fontes documentais”, clarifica.
Durante a palestra, o professor apresentou diversos exemplos de “personagens conhecidas no mundo da fotografia, como Filipe Simões, que criou condições para a abertura do Museu Nacional de Arte Antiga”. Abordou ainda antigos formatos de apresentação e técnicas utilizadas no ramo da fotografia, como por exemplo “o ambrótipo, o daguerreótipo e o carte de visite”.
Helena Caldeira consultou os programas das diferentes universidades séniores do país e apercebeu-se que “nenhuma dispunha de disciplinas de ciência”. Desta forma, a Universidade do Tempo Livre decidiu alargar a sua área de aprendizagem e apostar neste ramo. Segundo a colaboradora da ANAI “ciência é cultura como qualquer outra disciplina”, conclui.
