Ensino Superior

Student Talks: estudantes partilham experiências extracurriculares

Jéssica Gonçalves

Evento, mais do que lançar ideias, pretende colocá-las em prática. Vivências dos oradores são o foco para inspirar outros estudantes da UC. Por Júlia Lopes e Diana Ramos

O Student Talks: “Tás na faculdade, e então?” ocorreu quarta feira, dia 29, no Instituto Universitário Justiça e Paz. A iniciativa contou com as experiências individuais de cinco oradores, que estão a estudar na Universidade de Coimbra (UC) ou já passaram por ela. O objetivo foi mostrar ao público que existem atividades para além dos estudos.

A ideia de unir as Student Talks à UC surgiu da sugestão de um grupo de amigas, coordenada pela embaixadora Teresa Ribeiro. Estas perceberam que colegas e conhecidos dos seus cursos não possuíam atividades extracurriculares. A intenção do evento foi sensibilizar as pessoas para uma vasta panóplia de oportunidades que podem ter fora da sua formação académica. O associativismo, o voluntariado, os núcleos e as empresas júniores foram referidos como formas de crescimento pessoal.

Para Luísa Lopes, uma das oradoras, a sua maneira de ser modificou com as viagens que fez por todos os continentes. Do seu ponto de vista, é importante fazer coisas diferentes e sair da zona de conforto. “Este tipo de experiências vão contribuir para o desenvolvimento pessoal e permitem uma melhor formação de profissionais no futuro”, defende Ana Cláudia, estudante de Direito. A sua primeira impressão no meio universitário foi desmotivadora e a descoberta da Secção de Direitos Humanos da Associação Académica de Coimbra proporcionou-lhe novos horizontes. Também lhe possibilitou conhecer pessoas com os mesmos interesses e princípios que os seus.

O presidente do Núcleo de Estudantes do Departamento de Engenharia Química (NEDEQ), Denner Déda, afirmou que queria aplicar na vida real o que aprendia e praticava dentro do laboratório. Menciona que é relevante explorar o máximo de potencial que se pode ter enquanto pessoa, estudante e profissional. Do ponto de vista de Carolina Paixão, os projetos de voluntariado nas áreas de saúde, sustentabilidade e educação foram uma experiência que a marcou. Destaca ainda a sua missão numa ilha sem água e sem luz na Guiné-Bissau.

A lacuna entre o que se aprende no mundo académico e o que se exerce na esfera profissional foi um dos pontos debatidos na palestra. Para Nuno Oliveira, outro orador, a UC deveria moderar a parte teórica dos cursos e apostar mais no seu lado prático, visto que é esta a vertente mais utilizada no ambiente de trabalho. Denner Déda completa ao expor que “é necessário viver muito mais a realidade e sair da sala de aula”.

A resposta do público foi condizente com a expectativa dos palestrantes e organizadores do evento. Gabriela Miguez Mello, uma das pessoas que assistiu à sessão, afirma que a palestra pode ajudar a definir um caminho na vida dos indivíduos. Ana Oliveira, outra espectadora, retém desta discussão que “o que interessa mesmo é viver e aproveitar todas as oportunidades que surgem”.

To Top