Ciência & Tecnologia

Palmilhas “inteligentes” levam reabilitação a casa dos pacientes

Fotografia gentilmente cedida pela FCTUC

Solução tecnológica permite terminar processo de recuperação de AVC em casa. Redução de custos para o paciente e hospitais como um dos objetivos. Por Leonor Garrido e Maria Salvador

As palmilhas sensorizadas ‘SwitHome’ foram desenvolvidas no seguimento do trabalho realizado por Mahmoud Tavakoli, investigador na Universidade de Coimbra (UC). Têm como principal objetivo a reabilitação do andar após um Acidente Vascular Cerebral (AVC), visto que permitem uma monitorização dos pontos de pressão do pé humano.

Após estudadas as potencialidades da tecnologia, percebeu-se que “se se conseguisse usar a tecnologia a favor da reabilitação das pessoas que sofrem AVC podia haver sucesso”, afirma António Cunha, coordenador do projeto e investigador do Instituto Pedro Nunes. Numa fase posterior à reabilitação no hospital, o paciente pode recorrer ao uso das palmilhas “inteligentes”.

A tecnologia permite continuar o processo de reabilitação em casa. No entanto, “sempre com um profissional de saúde atento”, informa o coordenador. Vem associada a um ‘tablet’ que contém “um conjunto de desafios em que a pessoa tem de desempenhar vários movimentos”, esclarece. Um deles é “colocar uma bola no centro do ecrã”, explica António Cunha.

A tecnologia, já testada em pessoas saudáveis, vai ser, no próximo mês, verificada em pacientes, nos hospitais de Barcelona e de Groningen, no norte da Holanda. Assim, vão perceber-se os ganhos deste produto tecnológico, que se espera ser lançado até 2020.

Este projeto pretende não só reduzir o tempo de reabilitação dos pacientes, como também baixar as despesas em tratamentos e idas ao hospital. “A ideia não é que tal seja um custo para o utente, mas uma mudança nos hospitais ou clínicas para se reduzirem despesas”, acrescenta o investigador.

Mahmoud Tavakoli e António Lindo da Cunha com o equipamento (Fotografia gentilmente cedida pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC)

António Cunha refere ainda que a tecnologia pode ser aplicada a outros tipos de patologias, tais como a diabetes. Também pode ser aplicada na área do desporto de alta competição. No sentido de perceber como o atleta “apoia o pé e usar esses dados para desenvolver calçado específico para o mesmo”, clarifica.

Foi constituído um consórcio internacional para dar força ao projeto e dar-lhe também uma dimensão externa, onde se juntaram empresas como as ‘startups’ portuguesas Sword Health e SoftBionics. Para além destas, também empresas estrangeiras participaram. O Instituto Europeu de Inovação e Tecnologia financiou o projeto no valor de 500 mil euros.

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