Congresso incentiva o pensamento crítico em questões marcantes da atualidade. FLUC e Salão Brazil voltam a receber o evento, este sábado, com acesso gratuito. Por Paula Martins e Lívia Stamato
Foi num ambiente de café que se deu a conferência “Política e Imagem”, algo incomum para o que se imagina de um congresso. No entanto, para Pedro T. Magalhães, organizador do encontro, este é o lugar ideal para “tornar o ambiente mais familiar e transpor os limites da universidade”. As sessões da tarde, ocorridas no Salão Brazil, permitem uma maior interação entre o público e os palestrantes. Foi o que sucedeu na tarde desta sexta-feira e que promete repetir-se. “Este ambiente convida a presença de um público mais abrangente, que nunca considerou ir a uma faculdade assistir uma conferência”, garante o organizador.
A conferência dinamizada pelo Instituto de Estudos Filosóficos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC) contou com a presença de vários oradores que discutiram a influência da imagem no discurso político. Francesco Restuccia, pesquisador da Faculdade de Filosofia da Universidade de Roma “La Sapienza”, foi um dos palestrantes presentes.
O pesquisador problematizou o enquadramento dado às fotografias, com a referência ao trabalho de autores intemporais, tais como Roland Barthes e Vilém Flusser – ambos filósofos que se dedicaram aos estudos da imagem no século XX. Segundo Francesco Restuccia, os estudos desenvolvidos por estes pensadores continuam a ser relevantes. O que mudou em relação à época destes filósofos “é a forma de propagação das imagens”, atesta.
Para Pedro T. Magalhães, a importância do tema deste congresso parte “da impossibilidade da política ser vista apenas do ponto de vista da argumentação”. “A política é também um jogo de concorrência entre diferentes imagens que, muitas vezes, contêm um evidente apelo à emoção”, concretiza.
A conferência, que teve início no dia 15 de novembro, encerra-se este sábado com a participação de novos oradores. Na parte da manhã, que ocorre na FLUC, os temas a serem desenvolvidos vão introduzir a discussão acerca de “como as fotografias podem manipular as emoções do público e a própria maneira como as imagens são recebidas”, esclarece o organizador do projeto. À tarde, o debate vai ser em mesa redonda com oradores “de diferentes campos intelectuais e artísticos”, atesta Pedro T. Magalhães. Esta última sessão promete pensar “as implicações políticas da forma de arte a que estão ligados”, conclui.
Com Maria Salvador
