Festival oferece grande leque de actividades para além das projecões no ecrã. MasterSessions promovem reflexões acerca de diversas temáticas do cinema. Por Gabriella Kagueyama e Jéni Lage
Ocorreu hoje, 28 de novembro, a segunda sessão MasterSessions, organizada pela 24ª edição do Festival Caminhos do Cinema Português em co-organização com o Laboratório de Investigação e Práticas Artísticas da Universidade de Coimbra (LIPA/UC). A temática apresentada foi “Novas Propostas Formais no Cinema Contemporâneo” que, segundo o cineasta Edgar Pêra, ainda se trata de uma categoria periférica no cinema nacional. A terceira e última sessão vai ter lugar no dia 30 a discutir “O valor de uma marca do/no Cinema Português”.
Uma vez que se promovem debates entre diferentes públicos, as MasterSessions integram a diversidade de atividades que os Caminhos oferecem além da programação normal. O debate de hoje contou com a presença de Alexandre Oliveira, produtor da Ar de Filmes, Ana Isabel Soares, docente da Universidade do Algarve e Fausto Cruchinho Pereira, professor da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC).
Sérgio Dias Branco, professor de Estudos Cinematográficos da FLUC, moderou esta sessão. O mesmo referiu, ao iniciar o evento, que “é preciso debater esses assuntos para diversificar o cinema que se vê nas salas e na produção cinematográfica portuguesa”.
No âmbito da sessão, discutiu-se a decadência da projeção de filmes em salas de cinema. Alexandre Oliveira mencionou o desafio que a cinematografia enfrenta com os novos media. Este refere ainda que é necessário que “o cinema consiga reinventar-se como sempre conseguiu” e sugeriu a Netflix como uma ferramenta que substitui a ida ao centro comercial para assistir uma exibição. Para além deste tópico, foi comentada a relevância que o teatro e o cinema têm na educação das novas gerações ao “evocar os clássicos”, como refere o produtor.
O cinema experimentalista também foi tema na sessão. Ana Isabel Soares refere que uma vez que se vive num mundo multimédia que molda as decisões dos indivíduos, “ser um espectador experimental é ter consciência das escolhas”. Uma vez que um indivíduo vê um filme a partir da sua preferência e não por influências de “um ‘post’ no Facebook que mostra parte desse mesmo filme”.
