Seis grupos académicos aqueceram o ambiente. Público destaca forte participação de tunas femininas. Por Jéssica Gonçalves
Após a noite de serenatas, a festa continuou este sábado nos Jardins da Associação Académica de Coimbra (AAC). Entre acordes, cambalhotas, risos e conversas, iniciou-se o Sarau do 28º Festuna – Festival Internacional de Tunas de Coimbra. Com o ‘soundcheck’ feito, Guilherme São Pedro, membro da Orxestra Pitagórica e apresentador do evento, subiu ao palco e abriu portas para o espetáculo.
O primeiro grupo a apresentar-se foi o Grupo de Cordas da Secção de Fado da AAC (SF/AAC) com o tema “Contra-dança”. A prestação do grupo cresceu ao longo da atuação e criou uma ligação com o público aos poucos. Paula Silva, professora universitária no Brasil e estreante neste festival, admira o resultado obtido por este grupo. “Há uma harmonia, apesar de não serem profissionais” acrescenta.
Com um palco pequeno à disposição, o apresentador alerta para a “distância de segurança” do público em relação às pandeiretas e anuncia a tuna seguinte. A Estudantina Feminina da SF/AAC sobe a palco para deixar o seu contributo no sarau. No seu reportório apresentaram vários temas, como por exemplo, “Amor ladrão” da fadista Cuca Roseta com o arranjo próprio do grupo. “Estes grupos mostram que não é preciso homens para formar uma boa tuna” afirma Carina Veloso, estudante do Instituto Politécnico de Viseu.
De Mirandela aos Açores e a terminar com o seu hino, as Mondeguinas – Tuna Feminina da Universidade de Coimbra (UC) foram a terceira tuna a subir a palco. Este grupo não tem “pandeireta saltitante”, nem bandeira e justificou isto por ser um símbolo de igualdade, sem elementos de destaque. Filipa Roque, antiga estudante, afirmou ser um excelente grupo com uma boa união.
Ao conjunto de tunas desta tarde, juntou-se a Orquestra Típica e Rancho. Com os seus trajes típicos, os elementos do grupo animaram o público que, apesar do frio, continuava a assistir ao sarau. Iniciou a atuação com a música “Não te encostes à parreira”, que serviu de aquecimento para dar oportunidade ao público de se juntar ao grupo. Aos poucos, quem estava de fora juntou-se à roda e dançaram os temas apresentados. Na opinião de Susana Cunha, “a presença deste grupo no sarau é interessante” e “enquadra-se na medida em que é a tradição portuguesa”.
As FANS – Tuna Feminina da UC foram a penúltima tuna a subir ao palco do sarau. “Uma fonte encantada, enfeitada por mil flores” foi um dos versos, entre outros, dos temas apresentados pela tuna feminina. Durante a sua apresentação, as mesmas referiram que estava presente “mais gente no público do que na noite do parque” na Festa das Latas e Imposição das Insígnias 2018. Para terminar apresentaram o tema “Sonho a preto e branco”, que remete para as cores da academia. “É um grupo talentoso”. Foi com estas palavras que a vice-presidente da Tuna Feminina de Medicina da UC, Beatriz Garcia, caracterizou o grupo. Acrescenta ainda que houve uma boa participação no sarau por parte das tunas femininas.
Por último, a Orxestra Pitagórica aqueceu o final de dia nos Jardins da AAC. Sempre com os seus irreverentes instrumentos e fatos, este grupo mostrou saber dar ao público a animação através das suas músicas. Com três novos elementos no grupo destacados pelas “roupas” que vestiam, mostraram estar prontos para dar continuidade ao legado da Orxestra. Temas como “Quero cagar”, “Dei-to quase todo” e “Na minha capa com ela” foram alguns dos apresentados ao longo da atuação que tiraram público das cadeiras e se juntaram ao grupo para dançar.
No final, chamaram a palco membros de outras tunas e cantaram juntos o hino da Orxestra Pitagórica. Em relação a este concerto, Carolina Tomás, estudante de Economia na Faculdade de Economia da UC, afirma que o grupo conseguiu animar o público. Caracteriza a apresentação como “diferente, entusiasmante e engraçada”.
Fotografias: Ana Rita Teles
