Fraca divulgação das iniciativas de voluntariado apontada como uma das barreiras impostas aos estudantes interessados em participar. Apresentar testemunhos de estudantes envolvidos em voluntariado foi um dos objetivos deste evento. Por Ana Rita Teles
Entre 12 palestras e 21 bancas expostas no Átrio das Químicas, os estudantes puderam tirar as suas dúvidas a respeito da questão do voluntariado. Promovida pelo Núcleo de Estudantes do Departamento de Física da Associação Académica de Coimbra (NEDF/AAC), esta feira prolongou-se pela tarde de hoje no Departamento de Física da Universidade de Coimbra (UC).
Dividida em duas partes, esta iniciativa debruçou-se sobre a aproximação dos estudantes ao voluntariado. O NEDF/AAC procurou “trazer o testemunho de voluntários para explicar o que sentiram, os obstáculos enfrentados e os lados positivos e negativos do voluntariado”, explica a coordenadora do pelouro de Intervenção Cívica do NEDF/AAC, Cláudia Carvalho. O facto de terem promovido a realização de palestras foi, na opinião da coordenadora do grupo de Amnistia Internacional de Coimbra, Joana Mingacho, “muito importante para a troca de experiencias e visões em relação ao voluntariado”.
No conjunto de associações convidadas ressalva-se a diversidade que as caracteriza. A convite do núcleo, apareceram organizações que desenvolvem o seu trabalho em torno de animais, pessoas e explicações académicas. Algumas das secções pertencentes à AAC, como a Secção de Defesa dos Direitos Humanos da AAC e o Grupo ecológico da AAC, foram também convidadas a participar. O objectivo passava por fazer com que as pessoas “falassem diretamente com as associações para perceberem de que forma podiam contribuir”, esclarece Cláudia Carvalho.
A ideia de que os “estudantes das ciências exactas não se interessam nem procuram participar em iniciativas de voluntariado” e a “fraca divulgação das mesmas” foram alguns dos motivos impulsionadores deste evento, declara Joana Carvalho. Na verdade, “muitas pessoas estão interessadas, só não têm conhecimento das iniciativas”, conclui.
Além do leque diversificado de organizações, os estudantes que aderiram à iniciativa eram também de áreas diferentes. “Apareceram, em massa, pessoas do Departamento de Física da UC, mas também de Ciências da Informação, Economia e Design e Multimédia”, ressalva Cláudia Carvalho.
No início da feira poucos estudantes estiveram presentes. No entanto, a partir de meio da tarde “a adesão foi maior”, conclui a coordenadora do pelouro. A repetição desta iniciativa ficou em mesa e a “ideia é realizá-la para o ano”, explica. A escolha da data justifica-se pelo facto de as inscrições nas associações de voluntariado estarem abertas apenas no início do ano letivo.
Este tipo de iniciativas são vistas pela coordenadora do grupo de Aministia Internacional de Coimbra “como algo muito bom, uma vez que promovem as organizações e conseguem chegar a mais pessoas”. De banca em banca, Joana Mingacho viu o “crescente interesse dos estudantes por todas as áreas e pela consequente participação nelas”.
Fotografias gentilmente cedidas por Catarina Carvalho
