Evento contou com a atuação de nove tunas femininas, masculinas e mistas. Foi criticada a pouca adesão de habitantes de Coimbra nestes eventos. Por Pedro Emauz Silva
O Centro Cultural Dom Dinis voltou a ser o palco do II Encontro de Tunas, que começou às 21 horas do dia 11 de outubro. Os Serviços de Ação Social da Universidade de Coimbra (SASUC) em parceria com o Centro de Apoio ao Sem Abrigo (C.A.S.A.) e o Núcleo de Estudantes de Direito da Associação Académica de Coimbra (NED/AAC) organizaram esta segunda edição, que foi moldada nas mesmas bases que a anterior: um concerto de tunas para fins caridosos. O preço a pagar pela entrada no evento fez-se em forma de doação de um género alimentar à escolha, cujo total recolhido vai ser oferecido aos mais carenciados.
No dia 17 de outubro do ano passado, os SASUC tiveram a ideia de aproveitar o potencial da música académica de Coimbra para atividades de vertente solidária, e realizaram o primeiro Encontro de Tunas. A coordenadora geral da intervenção cívica do NED/AAC, Ana Catarina Mota conta que no ano passado “foi um sucesso”. “No seguimento desse primeiro êxito, os SASUC foram contactados este ano de modo a renovar essa parceria”, explica. A sessão, que começou com um atraso de trinta minutos, agora já com a sala preenchida, contou com a apresentação de nove tunas.
O palco foi estreado pela Tuna Feminina de Medicina da Universidade de Coimbra (UC), que aproveitou para lembrar que os presentes se uniam por um sentimento, “o amor pela cidade”. Seguiu-se o Coral Quecofónico do Cifrão, a FAN-Fanfarra Académica de Coimbra e a Quantunna – Tuna Mista da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC. Cada uma contribuiu ao seu jeito para a animação frenética presente na música. O público ficou contaminado com a alegria das baladas, e houve uma constante interação entre as tunas e o mesmo.
A música não parou de se ouvir, primeiro nos acordes d’As FANS, das Mondeguinas, depois da Desconcertuna e também da Imperial Tuna Académica da Faculdade de Farmácia da UC (TAFFUC). A plateia nunca parou de crescer pois, no fim da sua atuação, cada tuna ficou para assistir à continuação do evento. Atuou por fim a Estudantina Universitária de Coimbra, que fechou o pano com a célebre música, “Traçadinho”, cantada em coro por todos os presentes.
Entre agradecimentos, serenatas, F.R.A’s e lembranças de que “Coimbra também é tunas”, como sublinhou um membro das Mondeguinas, sobra um sentimento descrito por Ana Catarina Mota como “magia”. “É mágico poder usufruir da diversão e relaxamento das tunas enquanto se auxilia aqueles que mais necessitam, num ambiente de entreajuda”, refere a coordenadora. Nuno Abrunheiro, membro da TAFFUC, elogiou a iniciativa e apoia o seu retorno, mas lamenta que “os habitantes locais não demonstrem tanto interesse em participar no eventos como este”.
Os Encontros de Tunas objetivam “sensibilizar as pessoas para áreas como o voluntariado, a solidariedade e a inclusão”, informa Ana Catarina Mota. Salienta ainda que deseja que “esta iniciativa se alargue para mais edições e abranja mais faculdades, mesmo em Lisboa, no Porto e na Universidade do Minho”. A coordenadora admite a importância desta mentalidade ao sublinhar a mesma ideia que Nuno Abrunheiro, a de que “quantas mais pessoas participarem, mais ajuda se consegue para os necessitados, que é o foco principal deste evento”.
Fotografias: Pedro Emauz Silva
