Encenação concilia tradição clássica com contemporâneo. Peça convida a viajar pela história da língua portuguesa. Por Maria Luísa Calado e Patrícia Silva
O caráter divertido que a farsa do Auto dos Físicos transmite é a principal atração da peça, em cena no Teatro da Cerca de São Bernardo, entre ontem e hoje. Apesar de ser “absolutamente fiel ao texto original”, a Escola da Noite apresenta uma abordagem contemporânea, quanto aos adereços, figurinos e cenários.
Pedro Rodrigues, um dos produtores do espetáculo, salienta a importância da peça para “viajar pela história da língua portuguesa”. Ao longo da encenação, o público depara-se com palavras que “já não usamos no nosso dia a dia ou que adquiriram um novo significado”, explica. Para o auxílio dos espectadores, é distribuído um glossário onde são explicados alguns termos.
Escrita há cerca de 500 anos, a peça conta a história de um padre apaixonado, cujo o amor não correspondido o leva a fingir uma doença. “Quatro médicos tentam solucionar o problema ao prescrever os remédios mais bizarros, o que vai gerar uma série de episódios caricatos”, desvenda Pedro Rodrigues.
O espetáculo inaugurado em 2014, em parceria com a Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, teve o intuito de comemorar os 35 anos do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Nos dias de hoje, a encenação continua a pisar o palco dada a “pertinência de defender e valorizar o SNS”.
Questionado sobre o ´feedback´ das sessões, Pedro Rodrigues revela que tem recebido boas reações por parte dos diferentes públicos. Já foram apresentadas mais de 60 sessões, “visualizados por mais de 4000 espectadores, por todo o país”, finaliza.
