Aulas suspensas por período indeterminado. Cerca de 30m2 de telha descoberta e vidros partidos descrevem cenário e provocam descontentamento no corpo docente e nos estudantes. Por Inês Casal Ribeiro e Patrícia Silva
Os danos causados pela tempestade Leslie provocaram a suspensão de aulas no Departamento de Arquitetura da Universidade de Coimbra (DARQ) desde o início da semana face a falta de condições de segurança. Neste seguimento, realizou-se, na passada terça-feira, na Faculdade de Psicologia e de Ciências de Educação da Universidade de Coimbra, uma Assembleia Geral promovida pelo Núcleo de Estudantes do DARQ, que contou com a presença de alguns docentes e ainda do diretor do departamento, José António Bandeirinha.
“Estamos a ser bastante prejudicados”, começou por afirmar a presidente do Núcleo de Estudantes do DARQ, Joana Correia. A reunião serviu para “retirar dúvidas aos alunos” e, mais tarde, assumir uma tomada de posição. No dia 18 de outubro, os alunos saem à rua, numa manifestação que pretende demonstrar o seu descontentamento.
“O edifício de arquitetura, apesar de grande, possui as suas fragilidades, devido à sua idade”, explicou o diretor. Um cenário de vidros partidos e cerca de 30 metros quadrados de telha descoberta, com 70 por cento já colmatada, caracteriza o departamento, cujo estado se encontra a ser avaliado por uma equipa de peritos externos. “As reparações necessárias e imediatas já estão a ser efetuadas, como a reposição de telhas”, esclareceu Joana Correia.
Durante a discussão, vários alunos salientaram que o edifício já apresentava necessidades de intervenção. “A queda de chuva é uma situação recorrente no interior do edifício e nunca resolvida na totalidade”, exemplificou uma estudante presente na sessão. Para José António Bandeirinha, a reabilitação do departamento “tem de acontecer de forma sequencial e não pontual”, de forma a não se perder o acesso ao edíficio “que todos amam”.
A data de retoma das aulas não foi garantida. “Tudo indica que recomecem na próxima semana”, assegurou o diretor sem certezas. “Depende do parecer dos peritos externos”, esclareceu.
O local onde vão ser lecionadas também é desconhecido. “Caso as aulas não possam decorrer no departamento, pedi que fossem lecionadas o mais próximo possível dele, por questões de centralidade”, tranquilizou José António Bandeirinha.
Fotografias: Margarida Maneta
