Principal objetivo é promover dinamismo jovem. Projeto coloca participantes em contacto com o mercado. Por Paula Martins e Sofia Santos
O concurso “Arrisca C” convida jovens de todo o país a apresentarem as melhores ideias de negócio. A iniciativa nacional, que já conta com dez anos, restringia-se a estudantes universitários. Em 2013, alargou a oportunidade de candidatura a alunos do ensino secundário e técnico-profissional. Este ano, as inscrições decorrem até 4 de novembro.
A competição, que oferece prémios em mais de 150 000 euros, divide-se em duas tipologias: Ideias de Negócio e Planos de Negócio. A primeira, em que os alunos do ensino secundário podem participar, diz respeito a propostas menos amadurecidas. A segunda, dirigida a alunos do ensino superior, refere-se a projetos mais complexos e consistentes.
São mais de trinta os profissionais que avaliam os projetos em competição. Segundo o responsável pela Divisão de Inovação e Transferências do Saber da Universidade de Coimbra, Jorge Figueira, “o benefício de participar nesta proposta de negócios é levar os concorrentes a avançar e arriscar ganhar”. Para além destas vantagens, o concurso ajuda a identificar falhas nos programas e a avançar com eles. “Mesmo que uma pessoa não vença, o júri dá sempre um ‘feedback’”, acrescenta. Conclui por isso que os concorrentes têm sempre algo a ganhar.
Em média são feitas 100 candidaturas por ano. Os projetos são avaliados em três fases. De acordo com Jorge Figueira, “o currículo dos candidatos, o grau de inovação da ideia, a sustentabilidade financeira e a capacidade de expansão são alguns dos critérios de eleição da proposta vencedora”.
“O “Arrisca C” desperta a comunidade para a resolução de problemas do quotidiano”
O projeto ‘Eucalygrape Leather’ foi o vencedor da última edição da categoria Ideias de Negócio do “Arrisca C”. Bárbara Oliveira, Beatriz Oliveira e Carolina Santos foram as empreendedoras que deram origem a esta proposta. Juntas, criaram uma pele inovadora com extratos vegetais (bagaço de uva e eucalipto). “As peles são feitas com químicos e produtos prejudiciais à saúde e o objetivo foi substituir esses componentes por algo natural e vegetal”, explica Bárbara Oliveira.
A participante destaca ainda que “o projeto desperta a comunidade para a resolução de problemas do quotidiano”. A ideia vencedora do concurso resolveu um problema de mau cheiro na vila onde as alunas estudavam, Alcanena, capital da pele. “É um passo a nível científico conseguir fazer isto”, frisa Bárbara Oliveira.
