Conselho Geral

Henrique Cabral: “A propina é um fator de discriminação social” [entrevista na íntegra]

Redução do valor da propina e criação de uma ligação entre os estudantes e o Conselho Geral são principais bandeiras de Henrique Cabral, representante pelos estudantes de primeiro e segundo ciclos. Por Ana Francisca Nunes

Que balanço fazes das eleições?

O resultado da eleição do Conselho Geral [CG] foi histórico. Foi a que obteve mais votos. A luta contra a abstenção foi mais aproximada do que todos pretendíamos, mas ainda há muito para lutar.

 

Achas que o desconhecimento sobre o CG, por parte da comunidade estudantil, está a começar a diminuir?

No ano passado, perto de três mil pessoas votaram e, este ano, quase quatro mil, o que é muito bom. Mais estudantes conhecem o CG e espero que tenham votado em consciência.

 

A que pontos do teu projeto pretendes dar prioridade?

O primeiro é a ligação entre o CG e os estudantes. Em segundo lugar, vamos propor a criação de um separador na Inforestudante, onde os representantes dos estudantes possam ser ouvidos e onde se possam ouvir os que queiram dar o seu contributo sobre os assuntos do CG.

Vamos lutar por um debate público sobre o Regime Fundacional. Temos uma posição contra. Um dos nossos objetivos é dar o nosso contributo e a nossa opinião em relação ao Regime Jurídico das Instituições do Ensino Superior.

É importante não esquecer que a propina internacional, em Coimbra, continua a ser sete mil euros, a mais alta do país. Se a UC quer apostar na sua internacionalização, não podemos continuar a permitir que os estudantes internacionais sejam objeto de lucro. Em relação à propina nacional a postura é a mesma. Vamos tentar que ela desça e discutir de que forma o vamos fazer e definir uma estratégia para conseguirmos reduzir o valor da propina. Esta é um fator de discriminação social.

 

Como membro do CG, de que forma podes criar uma aproximação com os estudantes?

Através de um contacto físico, interagindo com as pessoas das várias faculdades. Como alternativa à presença física vamos aplicar as propostas que apresentámos. As pessoas precisam de saber que isto existe e o que o CG faz, de modo a aproximarmo-nos dos estudantes. Já existem várias formas de interação, tanto física como ‘online’, mas existem mais formas interessantes de melhorar o contacto do CG com os estudantes.

 

Pensas que os dois meses de experiência que já tens, como membro do CG, podem dar uma perspetiva mais alargada quanto ao funcionamento deste órgão?

Sim. Estes dois meses no CG foram cruciais para eu me candidatar, não só pela motivação, mas também porque consegui conhecer a realidade do CG. Tenho uma visão diferente, mas não quer dizer que seja mais ou menos assertiva que a dos outros membros.

 

É importante que os representantes dos alunos de todos os ciclos se unam em detrimento dos estudantes?

Sim. Precisamos de ouvir as pessoas, dar o nosso contributo, chegar a consensos e conseguir defender os estudantes. Temos mais força juntos e acredito que isso seja possível. Vou lutar por conseguirmos ser unidos, debater e chegarmos a conclusões produtivas, que elevem os interesses do estudante e que melhorem a UC.

Fotografia: Inês Nepomuceno

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