I Semana da Consciência Negra do Centro de Estudos Sociais (CES), da Universidade de Coimbra, decorreu de 19 a 20 de novembro com o intuito de reunir estudiosos para debater assuntos relacionados à data que faz referência à morte de Zumbi, líder do Quilombo de Palmares. Por Catarina Gomes
Promovida pelo CES entre 19 e 20 de novembro, a Semana da Consciência Negra contou com o lançamento do site “Samba de Lata” idealizado pelo fotógrafo Marcos Cesário, pela professora da Universidade do Estado da Bahia, Maisa Antunes e pela jornalista Emiliana Carvalho.
O projeto, iniciado em 2011, foi procura dar destaque poético à dança dos remanescentes de quilombolas do distrito de Tijuaçu. Esta dança tornou-se um instrumento contra-hegemónico num cenário pós-colonial. Segundo a expositora Maisa Antunes, o site “mostra a beleza da luta contra as formas de exclusão social e racial”.
“Acho que representará para os protagonistas do ‘Samba de Lata’ a mesma coisa que representará para quem visitar e apreciar os textos e as imagens deste site: aberturas para novas interpretações poéticas deste belo encontro. Dos corpos, da música, das palmas, da dança, das palavras, dos retratos e da lata”, avançou Marcos Cesário.
Entre os colaboradores da página contam-se escritores, poetas, pesquisadores e entusiastas do Samba de Lata como os cronistas Edmar Conceição e Carol Bittencourt; o poeta Pedro Sá; a cantora e compositora Iris de Guimarães; o autodidata em Filosofia Waldísio Araújo, o professor da UNEB Reginaldo Carvalho e o Pós-Doutor em Educação e também professor da UNEB, Paulo Machado.
O evento contou ainda com duas mesas redondas que tiveram como objetivos promover o debate sobre a visibilidade do homem e mulher negro na comunidade e as faces do racismo em Portugal e no Brasil. A primeira mesa redonda teve lugar na tarde de quarta-feira, 19, tendo como convidadas Danieli Siqueira da Universidade Federal da Paraíba, Rosana de Sousa Patane, Doutoranda do Departamento de Educação da Universidade de Aveiro e Anabela Rodrigues do Grupo de Teatro do Oprimido de Lisboa.
A mesa redonda de quinta-feira, 20, contou com a presença de Flávio Almada da Plataforma Gueto e Mamadou Ba (SOS Racismo). A discussão girou em torno da visão dos Movimentos Sociais em Portugal e da história do racismo no Brasil.
Foto: Gentilmente cedida por Marcos Cesário
